Sábado passado organizei uma oficina sobre testes de usabilidade na Fisam utilizando o Morae, um software de apoio a testes de usabilidade. Na verdade, é mais que apoio. Ele é capaz de fazer quase tudo sozinho!
É uma suíte que funciona da seguinte forma: você roda o Morae Recorder na máquina do usuário, gravando a tela, o áudio e a webcam em sincronia. Num outro computador, pode ficar um anotador e outras pessoas que desejem acompanhar o teste em tempo real. O Morae Recorder transmite ao Morae Observer os dados via rede. Testamos dentro de uma rede wifi com laptops de baixo poder de processamento e o time-lag foi de alguns segundos apenas.
Por fim, as gravações e anotações são abertas todas em sincronia no Morae Manager, que permite selecionar, cortar, marcar, gerar estatísticas, enfim, tudo necessário para gerar relatórios sobre o teste. O Morae suporta praticamente todo o fluxo de aplicação do método de teste de usabilidade.
Detalhes que encantam: já trabalhava com o Morae há alguns anos, mas só na oficina descobri uma nova funcionalidade: a possibilidade de marcar um ponto interessante do teste com o Wiimote. Mesmo tendo um anotador na sala ao lado, eu como facilitador e analista, sinto a necessidade de lembrar de determinados pontos depois. Dá pra cruzar estas notas com as do anotador, sem conflitos.
O Morae ajuda bastante a executar o teste, porém, não substitui o analista de usabilidade. De nada adianta ferramenta, se não sabe usar. É preciso planejar o propósito do teste, escolher os usuários, facilitar a interação do usuário e interpretar os resultados. Nada disso pode ser feito por uma máquina.
Na oficina, começamos pelo plano, a parte mais importante para o sucesso do teste: definição de objetos a serem testados, objetivos, métricas e perfil de usuários.
Após definir o perfil de usuários, é importante elaborar um roteiro de recrutamento. Se forem recrutados os usuários com os perfis errados, o resultado do teste pode ser irrelevante. Eis uma simulação utilizando o roteiro elaborado pelos alunos:
Uma vez que os usuários estão definidos, é preciso definir o que eles vão fazer. Para fazer um teste orientado a tarefas, é preciso conhecer muito bem a tarefa em questão. Os alunos fizeram análise da tarefa em dois websites concorrentes, de modo a comparar os caminhos e levantar hipóteses de possíveis problemas de usabilidade.
A partir daí, começamos os testes pilotos, que funcionam como simulações. Convidamos o porteiro da faculdade a participar e ele encontrou alguns problemas relevantes no Americana Viagens.
É claro que para ser conclusivo, a seleção de participantes do teste deve ser rigorosa, mas os participantes locais foram de grande valia para fins didáticos.
Numa sala estava o notebook do usuário, equipado com o Morae Recorder que grava as ações e vídeo do usuário e, do outro, a máquina do anotador com o Morae Observer.
O anotador podia ver e ouvir em tempo real o usuário e deixar anotações que posteriormente seriam sincronizadas com o vídeo, facilitando e muito o trabalho de análise posterior ao teste.
Veja o trecho de um dos testes [AVI - 104 Mb] gravado com o Morae Recorder.
O material de apoio ao curso está disponível publicamente. Quem quiser participar de novas edições da oficina, assine a newsletter do Instituto Faber-Ludens para ser avisado de novas turmas.
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