Comentando o artigo de Mauro Amaral sobre o tal vício de informação:
Já ouvi dizer que o profissional feito para resolver esse problema é o Relações Públicas, porque ele detém o maquiavélico poder da Comunicação Integrada em suas mãos.
Se um RP fala isso em voz alta e um jornalista ouve, certamente pensa: "RP é tudo um bando de puxa-saco, precisamos de pessoas que esclareçam os fatos".
O administrador de marketing dirá que o problema é a falta de comunicação interna e a solução é uma campanha de endo-marketing para estimular a comunicação (!).
Falou em campanha, o publicitário acorda e sai bradando frases malucas. "A solução é o nonsense! Só com o humor podemos administrar o excesso de informação."
Ao escutar tais palavras, um biblioteconomista resolve ficar diante de um computador conectado à Internet durante 72 horas sem parar, só atualizando seus conceitos. Durante esses 3 dias, ele sofre uma metamorfose e se transforma no incrível Gestor da Informação.
Além das nádegas quadradas, seu cérebro inchou tanto que não cabe mais dentro da cabeça. "A solução é guardar o conhecimento dentro de um bem planejado sistema de informação", avisa o recém-promovido a Gestor da Informação.
Antes mesmo de ligar pra ele, o Analista de Sistemas já chegou e está com o projeto pronto de um sistema mirabolante de armazenamento de informação. "E como o usuário vai recuperar toda essa informação?", pergunta o Gestor. "Acho que um website seria uma boa né?"
"Que tipo de website?", pergunta um outro ex-biblioteconomista que passou não 72, mas 128 horas na frente do computador. "Precisamos definir bem a estrutura disso aí, senão o prédio desmorona," preconiza o auto-intitulado Arquiteto da Informação.
"De que adianta um prédio sem uma boa fachada?", desafia o Designer Gráfico. "Vocês podem ter muita informação, mas se ela não for bem apresentada ao usuário, de nada vai adiantar."
Antes mesmo de chegar o pessoal da Psicologia, Antropologia e Linguística, o refeitório da empresa já está lotado de profissionais querendo cada um puxar o bife pro seu lado.
A solução não é um profissional-chave. Para lidar com as demandas de informação dentro e fora de uma organização é preciso, antes de tudo, mudar seu modo de produção. Ao invés de dar vazão apenas a produtos e serviços, a empresa deve produzir também conhecimento. Para isso, ela precisa estabelecer um fluxo contínuo de entrada de informação, análise, discussão e divulgação dos resultados obtidos. A empresa que quiser guardar pra si todo conhecimento gerado nos seus domínios ficará para trás. A melhor forma de adquirir conhecimento é pela troca.
Dentro desse fluxo, aí sim, cada um dos profissionais citados terá um enfoque diferente e poderá lidar de maneira mais ou menos eficiente em determinados aspectos. O segredo é ter a informação correta, ou melhor, conhecimento.
Siga-me no Twitter, Facebook, LinkedIn ou Instagram.
Excelente ponto Fred.
Mas não seria este profissional o responsável por levar esta cultura para dentro da empresa?
Transformação tão radical só pode acontecer se vier de cima-para-baixo e tiver respaldo de baixo-para-cima, ao mesmo tempo. Desde o faxineiro até o CEO, todos tem que se conscientizar da importância de gerar conhecimento.
Cada tipo de profissional citado no post pode dar alguma contribuição nessa transformação, incentivando e facilitando. Porém, não será precisamente eles que irão fazer isso acontecer, entende?
Se a empresa coloca um desses caras pra fazer isso antes do povo estar conscientizado, poderão surgir resistências. Esses caras devem entrar no jogo depois que o pessoal já estiver conscientizados de sua importância.
Uma tendência forte nos Estados Unidos é a empresa contratar um desses profissionais achando que só com isso vai resolver o problema. É preciso muito mais, é disso que falo.
Adorei esse blog.
Quando eu crescer quero fazer um que chegue aos pés desse.
Abraços e parabéns a todos os envolvidos.
Obrigado.
Wagner
Bibliotecários (citados biblioteconomistas) são profissionais treinados para ao tratamento da informação. Atualmente, o tratamento da informação independe do suporte onde ela se encontra. Mas são esses profissionais que estudam o fluxo da informação, onde encontrá-la (serviços de informação) para quem disponibilizá-la (estudos de usuários), além das tradicionais matérias de organização e hierarquização da mesma (classificação, catalogação, indexação). A questão, a meu ver, é que hoje existem tantos profissionais da informação que nenhum tem mais propriedade para falar desta que qualquer outro. Ou seja, todos lidam com informação mas sob óticas ligeiramente diferentes. Como saber quem tem mais propriedade para falar do assunto?
Sua análise é inteligente e perspicaz, parabéns pela concatenação de ideias.
Que cada profissional tem um enfoque diferente de atuação em uma organização é inegável.
Mas é importante lembrar que, além das atribuições citadas por "Katyusha" em seu comentário, cabe também ao bibliotecário o gerenciamento do fluxo contínuo de entrada e saída de informação, citado por você. Criação de mapas do conhecimento e gerencimento do fluxo de informação são atribuições de um bibliotecário. O problema é que a maioria das organizações e também das pessoas ainda não reconhecem essa habilidade ligada à esse profissional!
Que cada profissional tem um enfoque diferente de atuação em uma organização é inegável.
Mas é importante lembrar que, além das atribuições citadas por "Katyusha" em seu comentário, cabe também ao bibliotecário o gerenciamento do fluxo contínuo de entrada e saída de informação, citado por você. Criação de mapas do conhecimento e gerencimento do fluxo de informação são atribuições de um bibliotecário. O problema é que a maioria das organizações e também das pessoas ainda não reconhecem essa habilidade ligada à esse profissional!
Assine nosso conteúdo e receba as novidades!
Atualizado com o Movable Type.
Alguns direitos reservados por Frederick van Amstel.
Apresentação do autor | Website internacional | Política de Privacidade | Contato