As incursões filósoficas dos últimos posts tem o objetivo de mostrar o que estou tentando desenvolver na pesquisa de Mestrado: uma metodologia materialista-dialética para a prática de design de interação. Materialista porque parte do contato com a realidade concreta através de pesquisas de campo e dialética porque encara a contradição como fator de mudança primordial.
Tal metodologia serviria para guiar um processo de design mais participativo, realista e crítico. O poder que o designer tem em mãos para designar artefatos seria dividido com os usuários dos artefatos, tornando o resultado uma obra conjunta. O designer deixaria de ser quem projeta (sozinho) e passaria a ser um mediador dos que projetam. A transformação do processo de design numa atividade coletiva não eliminaria a necessidade de um designer; pelo contrário, exigiria que alguém guiasse o processo para que não disperse ou se desencaminhe.
Esses ideais estão muito em voga nas discussões sobre Web 2.0, mas pouco se fala nas mudanças das metodologias de projeto. Se o produto é aberto à participação, o design do produto também tem que ser aberto.