O novo homem é meio máquina

Acabo de voltar de uma palestra dada pela professora Lucia Santaella, a maior autoridade em semiótica no Brasil, em que foi apresentada uma nova perspectiva sobre a relação da tecnologia com o homem. Se antes a tecnologia ajudaria o homem para atingir seus objetivos, agora ela faz parte do homem, não só como extensões do corpo, mas como partes instrínsecas.

Não é preciso esperar pelo ciborgue de carne misturada com chips. O que seria de você sem seu celular, seu computador, seu palm, sua câmera digital? Talvez você não tenha todos esses apetrechos, mas o que tem confessam que eles substituem funções de nosso corpo e alteram o funcionamento do sistema, tornando-se indispensáveis.

O tema central era essa transformação, mas a professora abordou diversos outros temas confluentes, como numa autêntica semiose ilimitada.

Um dos que me chamou a atenção foi a alfabetização semiótica. Segundo a professora, para que a Internet se torne popular no Brasil, é preciso antes dotar o povo de conhecimento sobre os signos usados na interface.

Perguntei a professora como seria esse processo de alfabetização, mas a resposta dela não me foi muito satisfatória. Claro que um processo de aprendizagem não pode ser resumido em poucas palavras, mas esperava escutar pelo menos a diferença entre a abordagem tradicional e a abordagem da semiótica para o ensino da informática.

Tanbém perguntei sobre o futuro do computador e dessa vez, pelo contrário, a resposta me fez pensar muito. Como ela disse, tenho que pesquisar mais sobre. Confiram a breve entrevista:

Entrevista com Lúcia Santaella [MP3] 3 minutos

Quem já estudou algo sobre semiótica, já deve ter ouvido falar do nome dela. É autora dos principais livros (e praticamente únicos) sobre semiótica disponíveis em português. Seu tema principal é a aplicação da semiótica na comunicação de massa, fotografia, música, interface e etc. Não li, mas tem esses três no Submarino:

Além da entrevista, segue minhas desorganizadas anotações escritas no palm. Serve para ter uma noção dos principais pontos abordados.

Pos-human
- condicao do homem
- o cerbro humo esta crescendo pra fora da cabeca
- simbiose com tecnlogias
- computado e prehistorico
- feix
- velha maquina
- extensao pessoal prolongamento
- computador morre
- com o tenpo vai evoluir - ubiqua
- o que constitui o humano
- critica - o computador desumaniza o ser humano? Se fosse assim, nao usaria a linguaguem
- ser humano nao e o unico ser simbolico, so o homem fala
- eco disse gue a semiotica e a ciencia de mentir

- homem e o mais fragil dos aninais
- o cerebro se desenvolveu por causa da fala
- somos os unicos que tem nocao do tempo e podemos planejar - vantagem evolutiva
- a fala que lhe da consciencia - medo morte
- o hipercortex e maior do quc a fala
- a parte da fala roubou o resto - boca - aparelho fonador sobrepoe-se - diferencial

- a arte serve para preencher a morte. Signos e a vinganca - eternizar sua passagem - a palavra dura mais que marmore
- forcas produtivas = forcas destrutivas. Lutar por eros
- pulsao de morte - tendencia a voltar ao inerte, caos
- inorganico tem tendencia a ordem
- cruzamento entre o organico e o inorganico = pos-humano

- a prineira tecnolxgia ja esta no corpo - fala

- a fotografia mudou do que a gente pensava porque o presente ficou
- para os primitivos, a foto rouba a vida
- a fotografia trouxe o binomio ver e ouvir

- porque a fala nao tem preconceito? A fala tanbe e artificial. O temor das maquinas e por causa paquilo qug pareca desafiar a imagem dx corpo primordial - a imagem do eu depende bo outro.
- a fragilidade da fala e que ela nao pode sem registrada - so na memoria
- a escrita veio preencher a fragilidade e substituir a memoria
- o google e um prolongmmento da memoria
- so lembramos das coisas se estamos perdendo elas - sera que o livro permanece?

- os artistas sao os prineiros a explorar as novas tecnolggias

tudo ao mesmo tempo = oral - escrita - impressa - midias - cibercultura

- como profeessor so podemos transmitir o amor pelo conhecimento, pois nao e transmissivel

- industria cultural e elitista - aqui somos uma cultur hibrida

- o levy e um pastor no pupito porque acha que a tecnolxgia fosse salvar a humanidade
- se a tecaologia prolonga a mente, sera que fica o inconsciente
- o ser humano nao se salva
- conforme o tempo passa o homem so acumula perdas

- cultura das midias - fetiche das midias - massa em cheque - controle remoto - cabo - videocassete - camera
- cibercultura - ' na internet voce salta num segundo de platao a salsicha' umbsrto eco
- o cara constroi a mensagem

perguntas
- sujeito virtual - identidade
- a nocao de idsntidade e dada pelo outro - ja somos fragmentadas - potencial pra isso - atividade ludica - a internet permite brincar - deixa a vontade - a tela permite um fluido de pensamento mais suave - se concentra mais na escrita - perde a presenca -orosto e facinafte por que o olhar do outrx devolve o meu

- so existe educacao pelo exemplo

Fred van Amstel (fred@usabilidoido.com.br), 06.05.2005

Veja os coment?rios neste endere?o:
http://www.usabilidoido.com.br/o_novo_homem_e_meio_maquina.html