Falei sobre caminhos do ponto de vista de quem abre a picada e agora vou tentar verbalizar como minha mente escolhe os caminhos que tomo ao perambular pelas praças de minha cidade. Curitiba é uma cidade bem arborizada e com planejamento urbano inegável, mas algumas de suas praças me deixam confuso.
Sou adepto dessa filosofia de escolher sempre o caminho mais bonito, mas às vezes estou com pressa demais para me dar a esse luxo. Da faculdade até o almoço e depois ao trabalho levo mais de uma hora andando. Nas regiões mais calmas, aproveito para ler no Palm enquanto ando (se não acredita, em breve postarei fotos para provar a nerdice). De qualquer forma, não estou muito disposto a um "belo passeio".
A praça que mais gosto nessa hora é a Eufrásio Corrêa, em frente ao Shopping Estação:
Não preciso pensar muito para planejar o caminho mais rápido. Mesmo o caminho sendo meio monótono, não deixa de ser muito bonita, contando com uma bela fonte no centro. Pouca gente pára por lá, infelizmente.
Já a praça Carlos Gomes é mais usada para relaxar, já que possui uma estética mais orgânica. Apesar da folhagem ser mais feia, tem um belo laguinho e mini-cachoeira onde incautos transeuntes bebem água. Apesar do lago atrapalhar, só consigo visualizar dois caminhos possíveis quando estou com pressa. Os dois são igualmente belos.
Agora a praça Santos Andrade, em frente ao prédio da UFPR, faz me sentir burro. Tentei absolutamente todos os caminhos possíveis e não consigo dizer qual é o mais rápido. Além de ter diversos jardins e bifurcações, ainda tem o agravante do nível rebaixado com escadinha e tudo.
Parece que ela me obriga a desapertar o passo, relaxar. Não sei se isso é bom ou ruim para minha saúde, mas minha mente apressada diz que é ruim. Acho que ela não deixaria de ser bela se tivesse menos curvas e os caminhos mais rápidos fossem mais largos, como a Eufrásio Corrêa.
Se você está se perguntando o que isso tem a ver com Web, então relaxe um pouco. Se sinta entrando na praça. Os caminhos possíveis são links num menu de navegação. Os mais largos são os links visualmente mais proeminentes. O seu planejamento de que caminhos vai tomar é seu modelo mental. Sua pressa e aprazibilidade são algumas de suas expectativas. O somatório das sensações durante o percurso é o que chamamos de Experiência do Usuário. A praticidade dos caminhos é a Usabilidade. A planta da praça é o Wireframe, a maquete é o protótipo funcional e ufa... Você entendeu.
Quem é apaixonado pelo que faz quer sempre aprender mais, seja onde for.
Fred van Amstel (fred@usabilidoido.com.br), 17.08.2004
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