Não quero ser Macromedia Team

A Macromedia é dona dos softwares mais usados para desenvolvimento Web. Desde o começo, soube capitalizar a formação de comunidades ao redor dessas ferramentas no ambiente virtual. Oferece um bom newsgroup e tem um programa de grupo de usuários badalado. Dessa forma, ela divide com seus clientes a tarefa de dar suporte e fazer propaganda de seus produtos.

Não paga em dinheiro, paga em fama. Ela reparte com você um milésimo do poder de sua marca caso você participe de seus fóruns de ajuda. Ser aceito na na sociedade é algo que todos queremos, mais ainda com o aval de uma grande empresa. Ela só não diz que a partir do momento em que você aceita essa troca injusta, ela acaba ganhando em dobro tudo aquilo que gastou com você em termos de fama, já que você se tornará um entusiasta dos feitos da Macromedia. A mais-valia de Marx aqui é igual a 100% do valor do trabalho.

O Macromedia Team é o cúmulo institucionalizado de tudo o que eu disse acima, mas pode estar denegrindo a imagem da Macromedia em alguns casos.

Esse grupo seleto foi criado para se aproveitar dos mais nerds que participam das comunidades virtuais da Macromedia. Aqueles que fazem competição entre si para ver quem responde mais rápido as perguntas dos newbies ou aqueles que criam sites que oferecem material de treinamento gratuito para qualquer um. Todos com o sonho de um dia serem ricos e famosos sem sair de casa, sem enfrentar o horror do mundo lá fora.

Porém, como não é possível ganhar sempre, ela corre riscos e perde. Alguns centavos, mais perde. No caso do Macromedia Team o risco é conceder um título oficial a alguém que não tem vínculo empregatício com a empresa. Inescrupulosos podem fazer o que bem entenderem com o nome dela, desde que ela não saiba. No Brasil isso é fácil, o escritório da Macromedia no país é só uma franquia de revendas.

Pelo visto, temos um caso desse tipo em Pernambuco. Segundo um leitor deste blog, Igor Costa se gaba demais por fazer parte do Team. Nunca tinha ouvido falar do nome do cara até me perguntarem como ele tinha conseguido entrar lá. Afinal, para fazer parte é preciso ter grande participação em comunidades e fóruns de discussão.

Outro caso duvidoso é o de Tiago Venegas, instrutor da ENG, centro de treinamento Macromedia. Recebi um email há alguns meses atrás fazendo propaganda de uma palestra que ele iria dar aqui na cidade na ocasião de inauguração da unidade de Curitiba. No texto, dizia que ele era o único membro brasileiro do Macromedia Team, sendo que seu contrato já está vencido há 1 ano pelo menos e que meu amigo Jonas Galvez (que apesar do nome típico de motoqueiro colombiano, também é brasileiro) faz parte do grupo há quase dois anos.

Este por sua vez, está cada vez mais afastado do Flash. Acho que é por isso que o Brasil têm tão poucos representantes lá no Team. É porque não vale à pena. Primeiro que só conta a participação em fóruns em inglês. Mesmo o fórum oficial brasileiro ser super-lotado, não tem nenhuma representatividade perante à empresa. A Macromedia não investe no Brasil, dizem as más-línguas que é por causa da pirataria. Eu nem quero saber. Só sei que não investe em mim e eu não sou pirata. Não vou vestir a camisa dela nesses termos. Não fui convidado a participar e nem quero ser. Não comi e não gostei. Engoliu e não gostou? Vomite nos comentários.

Fred van Amstel (fred@usabilidoido.com.br), 22.08.2004

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