É raro encontrar infográficos interativos no Brasil, mas ontem encontrei um no site da Cosipa (cuja homepage não me explica o que faz), feito pela BhTec. Ele explica de forma atrativa como é o fluxo de produção da empresa. Se fosse impresso seria fantástico, mas do jeito que foi implementado não deu muito certo. De novo, o problema é a influência da mídia impressa.
Não é porque se está falando de uma linha de produção, que o infográfico precisa ser apresentado de forma linear. Às vezes gostamos de rever partes, ou simplesmente olhar com pressa. Por isso, além da sequência linear, o infográfico deve ter flexibilidade para permitir outra ordem escolhida pelo usuário.
O famoso infográfico todo em Pixelart mostrando a linha de produção dos tijolos de Lego peca nisso também. Apesar de ter um fluxo muito melhor do que o da Cosipa, disperdiça a oportunidade de permitir que o usuário pule e vá direto ao final. Como já há uma área gráfica lá em cima que mostra em que estágio você está, bastaria que os demais estágios fossem clicáveis e estaria feito.
No info da Cosipa, para avançar, é preciso arrastar uma barrinha quase invisível lá embaixo. Quando se clica em um objeto que está nos cantos da tela, ele é selecionado, mas fica parcialmente encoberto. Imagino que isso tenha sido feito na pressa, porque ficou tosco mesmo. O texto fixo no canto direito (e alinhado à direita) também sugere isso.
Esse último problema também aparece no info da Lego. Apesar de ter sido uma idéia muito boa usar a metáfora do videogame para navegar, não ficou tão interessante a forma como o texto de legenda aparece. Não precisa nem comentar que a animação dele sendo escrito é desnecessária e irritante, mas o pior é que o texto compete com o vídeo e está visualmente desconectado da área de foco. Melhor seria fazer como o esse info que explica (ou ameniza) como funciona um campo de refugiados no Iraque. Rollover vê o nome da coisa, clicou abre o texto numa área bem próxima, mas sem sobrepor o objeto. Na realidade, o melhor no caso da Lego seria eliminar aquele vídeo ou então oferece como opção ao clique. Além de pesado, a resolução às vezes é tão baixa que não dá pra ver nada.
Fred van Amstel (fred@usabilidoido.com.br), 10.09.2004
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