Como toda área do saber, a Engenharia da Usabilidade (que trata da análise de interfaces) procura sempre estabelecer seus "portos-seguros", princípios básicos aceitos por todos como referências irrefutáveis. As heurísticas para análise de usabilidade seriam os principais "porto-seguros" dessa área, mas nem elas se mantém estáveis nesse ramo da alta tecnologia.
E não são apenas as transformações tecnológicas que forçam a lapidação constante das heurísticas, mas também a evolução do próprio conhecimento humano, turbinado pela Web.
Ontem encontrei uma pérola fazendo uma busca no Google Scholar: heurísticas para análise de interface com base na semiótica peirciana. Como já havia dito, a semiótica traz uma postura diferente para lidar com o design de interface e já que heurísticas não passam de pontos de vistas, sua aplicação é muito bem-vinda nesse contexto.
A monografia de Jennifer Ferreira intitulada Semiotic Explorations in User Interface Design (2005) inclui um apêndice onde a autora propõe as heurísticas semióticas:
Como se trata de um apêndice, a autora deixa claro que ainda é preciso trabalhar mais em cima do assunto e a lista não deve ser considerada exaustiva.
Se você prestar atenção, vai perceber algumas heurísticas tem em comum a preocupação com o significado e a relevância dos signos. Apesar de algumas delas tratarem do mesmo objeto, é uma abordagem sensivelmente diferente das famosas 10 heurísticas de Nielsen:
A questão não é se uma lista ou abordagem é melhor do que a outra. A questão é como essa nova abordagem pode ajudar a fazer análises melhores? Continuarei meus estudos sobre semiótica e conto pra vocês depois. Se alguém tiver a oportunidade de testá-las em análises heurísticas com especialistas em usabilidade ou não, compartilhe a experiência. Se você acha que desse mato não sai cachorro, avise os incautos nos comentários.
Fred van Amstel (fred@usabilidoido.com.br), 21.05.2005
Veja os coment?rios neste endere?o:
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