Hoje tive um insight muito legal ao escrever meu
livro sobre design de interfaces hipermídia. Cheguei a conclusão
de que ele pode ser útil para atingir o lado emocional do usuário!
Após anos de ódio à prática, descobri que ela pode
ser útil além de esconder os controles do browser para prevenir
erros. Acompanhe meu raciocíneo:
O computador é multi-tarefa, mas a mente do usuário não.
Para gerenciar a atenção entre diversas janelas abertas, há
um grande esforço racional. Se queremos transmitir uma mensagem sentimental,
precisamos interromper isso. Daí o fullscreen.
Só pra confirmar, abra o arquivo de email da sua esposa, namorada ou
irmã e procure pelos anexos em Powerpoint. Com certeza, você vai
encontrar uma apresentação em fullscreen com fotos de animais
imitando gente acompanhado de mensagens para aumentar a sua auto-estima ou coisa
do gênero. Elas recebem dezenas desses todo mês, sinal de que funciona.
Claro, se a mensagem não interessar ao usuário ele vai ficar
com ódio dela por ter tomado a tela do seu PC. Mas é um risco
que valer pena correr em certos
casos.
Algumas dicas para não ser tão intrusivo:
Avise que vai abrir em fullscreen, mas não use esse termo. Diga tela
cheia, ou outro sinônimo em linguagem natural
Quando abrir o fullscreen, o conteúdo dele já deve estar carregado.
É pedante demais um website me abrir a tela cheia para me indicar por
30 segundos que está carregando. Merece um Alt+F4! Só dou misericórdia
a algumas raras exceções, porque sei usar o Alt+Tab. E o usuário
que não sabe, como se sente?
Você entendeu a última, né? É pra carregar na
página de splash e depois reaproveitar o SWF que está no cache.
Um pouco de actionscript e javascript dão conta do recado. Pesquise
que vale à pena
Coloque um botão de fechar gigante e claro no canto superior direito
da tela
Se sentir necessidade de um botão de minimizar, não faça
um. Ao invés do fullscreen breu absoluto, procure pelos scripts que
abrem numa janela do sistema operacional com 100% de largura e altura, preservando
os botões minimizar e fechar nativos
Nunca diga a seu cliente que há exceções quanto ao
uso de fullscreen. Detone sempre. Diga que é intrusivo demais, toma
conta do sistema operacional, lembre que as pessoas estão tão
de saco cheio de janelas que anti-popup aparece até em comercial de
TV e por aí vai. Quando você perceber que vale muito, muito à
pena, sugira a idéia.
Lute contra os intersticiais em fullscreen, pelamordeDeus! Peça demissão
se for preciso
Fred van Amstel (fred@usabilidoido.com.br), 07.01.2004
Veja os coment?rios neste endere?o:
http://www.usabilidoido.com.br/fullscreen_amor_e_odio.html