More or less? So-so?... Nothing?! Se você é como eu, deve estar prometendo pra si mesmo que começa um curso no mês que vem há anos. Se você trabalha com tecnologia, cada mês que você empurra com a barriga é uma porta que se fecha. Poucas vagas de emprego exigem que você tenha fluência em inglês, mas em todas elas, isso é diferencial. Principalmente, porque os empregadores espertos desse ramo sabem que quem domina inglês pode aprender e se manter atualizado pela Internet, sem gastos.
Na minha adolescência fiz um curso na Wisdom durante 2 anos, mas não cheguei ao nível máximo. Gostei muito do método de conversação, só cinco pessoas numa mesa redonda e o professor falando o tempo todo em inglês. O chato era o desnível das turmas. Tinha uns caras que não iam bem e mesmo assim eram aprovados nos testes, daí ficava atrasando o resto da turma.
Saí do curso incapaz de ler e escrever textos maiores com facilidade, mas a experiência valeu porque senti que havia captado a "essência da língua". O problema é que minha prática se resumia aos textos dos programas que usava no computador.
Anos depois, comecei a trabalhar com webdesign e logo percebi que havia muito pouco material em português para aprender sobre o assunto na Web. Quando fazia buscas em inglês, tinha muito, muito mais disponível. Até dava pra navegar e tal, de repente pescar algumas palavras, mas sempre aparecia uma frase que parecia crucial e eu empacava porque não entendia uma palavra ou uma construção frasal. Que raiva! Porque não estudei mais quando tinha tempo pra isso?
Um dia, passeando pela biblioteca da faculdade me deparei com os livros de Jakob Nielsen e Steve Krug que eu queria tanto ler, mas só tinha em inglês. É agora ou nunca, vou aprender esse negócio na marra!
No começo, não entendia patavina. Não tinha saco de ficar olhando no dicionário as palavras que não faziam parte do meu vocabulário porque eram muitas! Simplesmente ia tentando captar as idéias centrais do texto, através das palavras que eu conhecia, do tipo de construção e etc. Esse é um tipo de conhecimento bem tácito, ou seja, difícil de explicar para outra pessoa.
Quando terminei o segundo livro estava lendo inglês pelo menos 4 vezes melhor do que antes. Não sei explicar exatamente como se deu esse aprendizado, só me lembro de que quando haviam palavras que eu não entendia, eu formulava hipóteses que depois se confirmavam quando o autor usava a mesma palavra em outro contexto.
O chato são os falos cognatos, palavras que parecem iguais no português, mas não são, como por exemplo "comprehensive", que ao invés de significar o mesmo que "compreensível", significa o mesmo que "abrangente". Quando fico na dúvida, consulto o dicionário. Em geral os cognatos são quase todos verdadeiros, afinal de contas o inglês é a língua que mais sofreu influência externa de outras línguas, dentre elas o próprio Latim de onde originou o português.
Se não pudesse ter lido esses livros em inglês, não saberia nem um décimo do que sei hoje sobre os assuntos deste blog. Isso sem falar nos inúmeros websites e blogs que acompanho, tudo em inglês. Infelizmente, em português as discussões estão sempre com alguns meses de defasagem, às vezes anos. Este blog é uma tentativa de contribuir para reverter esse quadro.
Hoje já consigo ler com tranquilidade até livros acadêmicos em inglês, mas não consigo falar nem entender com fluência. Meu pai me deu uma boa dica: assistir DVDs com legendas em inglês. Gostaria de ouvir podcasts também, mas até agora não encontrei nenhum sobre os assuntos que me interesso. Se alguém souber de um, me avise!
Está mais incentivado a aprender inglês? Não deixe para amanhã, comece hoje. A ciência diz que quanto mais velho ficamos, mais difícil pra aprender uma nova língua.
Mas te dou um conselho: aprenda fazendo. É importante saber regras gramaticais? Sim, importantíssimo. Mas, não tente decorar. Leia como se fosse uma curiosidade. Quando você estiver diante de uma situação real, esse conhecimento será recuperado. Procure as situações reais. Não vicie no dicionário. Confie em você mesmo. Você já tem o sistema operacional da linguagem, só falta instalar e configurar o programa "inglês". Esse teste ajuda a desfazer alguns conceitos errôneos.
Navegando pelo Submarino encontrei dois cursos em CD-Rom (intermediário e avançado) que parece interessante. Além das lições e exercícios, o Tell me More tem um sistema de reconhecimento de voz e análise de pronúncia. Diz até que ele fala com o aluno.
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Fred van Amstel (fred@usabilidoido.com.br), 20.06.2005
Veja os comentários neste endereço:
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