Adobe abocanha Macromedia

Num negócio de mais de 3 bilhões, os donos do Photoshop adquiriram os donos do Flash. Prepare-se webdesigner, mudanças drásticas na sua rotina de produção estão pela frente. A Adobe possui uma cultura corporativa diferente da Macromedia e inclusive possui produtos concorrentes. Alguns produtos irão sair de mercado ou fundir com outros e o relacionamento com a comunidade de desenvolvedores mudará, para melhor ou para pior.

A aquicisão só se dará no segundo semestre de 2005 e depende de confirmações dos acionistas. A marca da Macromedia não permanecerá. Pode ir se acostumando com o nome Adobe Flash.

Com relação aos produtos, seguem as especulações:

Andava meio frustrado com relação ao novo player que a Macromedia está pra lançar, cheio de novos recursos gráficos. Achava que eles eram espertos o suficiente para perceber que precisavam atender a padrões, como o SVG, mas parece que vão dar ênfase mesmo em efeitos especiais. Sobre isso José Carlos Caribé comenta:

A enfase da Macromedia para incluir mais recursos graficos no novo Flash começa a fazer sentido, será que a Adobe já estava trabalhando em conjunto com a Macromedia ?

Como sou um cara esperançoso, acredito que a Adobe vai mudar radicalmente o Flash Player para torná-lo mais estruturado, mais parecido com a proposta SVG. Isso seria uma vantagem bem vinda também para o Acrobat Reader, cuja função importante é veicular textos na Web. Agora que os dois estarão juntos, não será tão difícil disso ocorrer.

Produtos vem, produtos vão. Quem acreditava que o Flash iria durar para sempre, pode ir mudando de idéia. Ao contrário de projetos open-source, projetos proprietários não estão preocupados com relacionamentos emocionais, a não ser que seja para se aproveitar disso para fins de marketing. Conheço muita gente que não tem vergonha de dizer que "ama Flash". Você ainda amaria sua namorada se ela mudasse de nome e fizesse uma operação plástica drástica?

Digo e repito novamente: profissional, não se especialize em tecnologias, especialize-se no seu uso. Se interesse mais por seus efeitos na sociedade, na economia, nos indivíduos e não nos seus detalhes técnicos. Saiba mais do que o "como fazer", saiba o "porquê fazer".

Nos últimos anos, enquanto me aprofundava em Usabilidade, colegas se aprofundaram em Dreamweaver, Actionscript, Tableless e etc. O mundo pode sofrer um colapso tecnológico que meus conhecimentos de usabilidade ainda serão úteis, mas o dos meus amigos não tem tanta estabilidade. Há quem goste da dinâmica de estar sempre sendo confrontado com o desafio de dominar novas tecnologias (eu gosto disso), mas é sempre bom ter um pé bem fincado no chão.

Fred van Amstel (fred@usabilidoido.com.br), 18.04.2005

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