7° P&D (Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design) estava muito bem organizado. A infra-estrutura da Unicenp, em Curitiba, é perfeita; parece que estamos em outro país: prédios feitos com primor arquitetônico rodeados de um ambiente aprazível, lagos e bosques. Pessoal gostou tanto que o Congresso Internacional de Design da Informação em 2007 será realizado no mesmo local.
Na hora do almoço, podíamos escolher uma dentre as várias praças de alimentação que o campus oferecia. Durante o almoço caseiro do buffet livre, discuti com José Pirauá (UFPE), Luiz Agner (Univercidade) e Adriano Moscovitz (UFCG) por que o pessoal da Ergonomia domina o P&D.
Das 15 salas de sessões técnicas que aconteciam à tarde simultaneamente, 2 eram dedicadas só à Ergonomia e Usabilidade, sendo que em outras salas também haviam seguidores dessa abordagem para o Design, ou melhor, Ergodesign.
Na palestra sobre a história do Design, Bernhard Bürdek lembrou que as primeiras escolas de Design no Brasil foram formadas por ex-alunos de Ülm, uma escola alemã que enfatizava o utilitarismo característico da Ergonomia.
Entretanto, em nossa mesa discutíamos que além de ser mais fácil pesquisar com a abordagem ergonômica, os seus resultados são mais valorizados na academia por estarem mais próximos dos critérios da ciência cartesiana que domina nossos tempos. Veja a porcentagem de artigos em cada área do Design no P&D:
A impressão que dá é que, para apresentar um trabalho acadêmico nessa linha, basta rodar um experimento controlado, quantificar os resultados e apresentar estatísticas. Em contraste, uma abordagem humanista para a pesquisa em design requer o custoso trabalho de interpretação de aspectos subjetivos, culturais e sociais em questão, que podem variar muito de indivíduo para indivíduo.
Apesar da abordagem ergonômica ser maioria na exposição, as salas que travam de abordagens mais abertas ficaram lotadas, sinal de que há um crescente interesse numa mudança de referenciais. A sala de Design e Cultura, por exemplo, era muito concorrida.
Do evento, a única coisa que me decepcionou foram as palestras internacionais, que contavam com palestrantes vindo da Alemanha, China, Taiwan, França, Itália e Argentina. Alguns falavam coisas óbvias demais para a situação, outros faziam mera apresentação de portifólio e outros faziam-me dormir com sua voz monótona lendo o script da palestra. Talvez se fossem palestrantes brasileiros, o rendimento fosse melhor.
Gravei as apresentações que mais me interessaram e entrevistei alguns de seus autores para compartilhar um pouquinho do que aprendi por lá:
Fred van Amstel (fred@usabilidoido.com.br), 14.08.2006
Veja os coment?rios neste endere?o:
http://www.usabilidoido.com.br/7_pd_design_um_grande_evento.html