Olha só... Zeh Fernando, um flasheiro das antigas criou um simulador da interface de um modelo de lavadora da Electrolux, aquelas que tem uma interface bem diferente do que a dona de casa está acostumada. Se minha esposa tivesse visto esse modelo teria tido um ataque, é pior ainda do que a TOP6! Tá muito poluído, tem botão, led e timer. Parece até um teclado Yamaha.
A prova de que a interface está ruim é quando é preciso explicar como usar ela. Se a Electrolux chegou ao cúmulo de criar um simulador que explica passo-a-passo é porque a coisa tá feia mesmo. Não sei se é conservadorismo meu, mas algumas coisas nunca mudam. A tarefa de lavar a roupa a dona de casa sabe bem como é, por isso a interface da lavadora tem que ser imediatamente reconhecida. Isso significa familiaridade, estar parecida com o que ela está acostumada. A meu ver, esse painel só serve para as donas de casa sofisticadas comprarem para bonito, porque na verdade quem vai operar vai ser a empregada e, como sempre, ela fica com o pepino.
Siga-me no Twitter, Facebook, LinkedIn ou Instagram.
a propósito, já que o fred me citou no blog, quero explidar uma coisa: pq vcs acham que os homens adoram tanto um carro? será que não é pq ele se parece com um animalzinho? da mesma forma, a 'interface' da LM06 parece que tem olhos e uma boca, e, inconscientemente, faz com que a pessoa que for comprar se sinta familiarizada, sei lá, vc cria um afeto com o produto que vc vai usar por muito tempo para uma determinada função, no caso lavar a roupa, poupando o nosso esforço. realmente uma relacionamento quase de gratidão para com a sua amiga máquina de lavar, por isso, qto mais ela se assemelhar com uma face, maior vai ser esse relacionamento, e qdo o produto 'cria' um relaciomamento com o consumidor, ele o compra.
Os produtos são assim feitos por causa do fenômeno da antropomorfização. O reflexo de si mesmo é o prisma pelo qual o homem percebe e interage com o mundo. Quem duvida disso, só lembrar do sucesso do Fusca, o carro mais carismático que já existiu. Como o fusca Herby do filme, a lavadora também só falta falar. Tem dois botões giratórios em cada canto superior e a tampa de vidro forma uma imensa boca. Antagonicamente, o modelo de lavadora do simulador parece mais um grande monstro, com meia dúzia de olhos.
Esses efeitos subjetivos das interfaces são muito interessantes e acredito que devam ter sido abordados no livro "Emotional Design", o novo livro do Donald Norman ( http://www.jnd.org ), citado pelo Sergio.
Aliás, é uma honra ter o comentário dele no meu blog. Para quem não conhece, ele é diretor da Sirius ( http://www.sirius.com.br ) e uma das autoridades em usabilidade no Brasil. Recentemente, ele e sua equipe lançaram o portal http://www.usabilidadebr.com.br , que tem informações valiosíssimas para quem quer vender usabilidade para empresários.
Concordo contigo. O Norman aborda esta questão do mapeamento de interfaces de forma muito competente no design of everyday things. É um pouco a tirania do mercado de que a máquina de lavar da minha empresa tem que ter um diferencial das outras - em geral, uma nova funcionalidade que não agrega muito valor ou um design "revolucionário". Ao longo do tempo, o essencial vai perdendo espaço físico para os excessos. A mesma lógica contamina os sites que possuem cada vez mais informação e funcionalidades cada vez mais sofisticadas. Por isso é cada vez maior a importância da facilidade de uso em sistemas interativos reais e virtuais. E por isso é muito importante iniciativas como a sua de pensar e pregar a usabilidade. Parabéns pelo site. Quanto mais gente falar sobre isso com competência, melhor para nós, os usuários.
Assine nosso conteúdo e receba as novidades!
Atualizado com o Movable Type.
Alguns direitos reservados por Frederick van Amstel.
Apresentação do autor | Website internacional | Política de Privacidade | Contato