Design Participativo é uma abordagem para desenvolver sistemas computacionais com a participação de comunidades visando, com isto, aumentar sua capacidade de apropriação tecnológica. No momento atual de transição para uma Sociedade Civil, a participação em projetos aparece como um maneira de fortalecer a democracia através do agonismo, uma maneira de projetar que não exige consenso para avançar. Se computadores forem projetados de maneira agonística, é possível que também possam suportar o agonismo na sociedade como um todo.
Contribuição à uma mesa redonda sobre Interdisciplinaridade em IHC no evento Interações organizado pelo projeto Onda Digital na UFBA em 31/01/2018.
Interação Humano Computador e Design Participativo [MP3] 28 min
Transcrição gentilmente realizada pela leitora Monica Santos.
Para falar sobre a relação contemporânea entre a interação humano-computador e o design participativo, é necessário voltar um pouco na história recente. A partir dos anos 60, observa-se uma mudança cultural na sociedade: A transição da sociedade de massa para a sociedade civil.
Os princípios básicos da Sociedade de Massa são o consumo, a submissão e a aceitação. Já na Sociedade Civil, as concepções são a recreação, a participação e a crítica. Atualmente, a sociedade presencia um movimento híbrido, onde se pode observar a transição, quando o cidadão tem uma individualidade, além da possibilidade de contribuição para o destino do coletivo.
Essa mudança pode ser dividida em três relações específicas:
A primeira está na mudança da relação entre o Estado e a sociedade, que caracteriza em uma crise da representação política, onde um grupo muito pequeno de pessoas representa as demais em uma democracia. Esse modelo de relação já não é justificável e aceitável para boa parte da população. Como exemplo, se pode citar a crise política ocorrida no Brasil em 2013, onde os cidadãos questionaram e levantaram a bandeira do "Não me representa".
Nós temos o maior acesso à informação para as pessoas verificarem que aquilo que o político fala eventualmente o Estado fala eventualmente não confere com a realidade e pode por outro lado também fiscalizar o Estado e o Estado tem cada vez maior tentativa de privatizar de colocar no âmbito privado seus serviços e através também de parcerias com organizações da sociedade civil.
Outra relação que eu quero pontuar mudanças é na relação entre organização e trabalhadores. Então você tem uma fragmentação das profissões cada vez profissões mais especializadas. Um dos motivos ou talvez uma das consequências é a fragmentação dos próprios trabalhadores enquanto classe. Então é muito difícil hoje um sindicato se manter porque tem ele professores não tem mais um sindicato dos operários para proteger os seus direitos e granjear uma margem boa de negociação perante os patrões. Por outro lado existe uma valorização muito grande do capital intelectual. Então hoje o trabalhador ele é chamado de colaborador e muitas vezes ele até. graças a esse capital intelectual que ele traz para a organização. Ele tem acesso ao os lucros da participação nos lucros da organização que é também muito grande até hoje o trabalhador. Ele também é um sócio da empresa em que ele trabalha.
Por fim, mudou também a relação entre empresas clientes. Aqui é onde mais aparece a interação humano computador. Os clientes estão mais críticos. Por outro lado mais organizados em sites como o Reclame Aqui. associação de consumidores e nas próprias redes sociais as pessoas se unem pra fazer a imagem de uma marca e para uma situação negativa. quando essa marca não oferece produtos serviços muito de baixa qualidade
O estado ele intervém mais nessa relação do que antigamente ele cria normas e regulamentações cada vez mais definidas. As agências também definindo padrões em função da defesa do consumidor.
E você tem a experiência do usuário aparecendo como um grande diferencial porque o número de ofertas ofertas se diversificou as pessoas podem escolher o que elas querem consumir e elas tendem a escolher aquilo dá mais satisfação pra elas.
Então são essas três situações principais que estão pontuando que vão dar origem ao design participativo e participativo não é exclusivo da computação mesmo ter utilizado em três áreas pelo menos três áreas diferentes.
Começo falando arquitetura que segundo os meus estudos a área que começou primeiro a utilizar esse tempo design participativo ou também muitas vezes como sinônimo de design baseado em comunidade ou Community Design. Henry Sanoff, Stanley King, Paul Davidoff e no Brasil, Sérgio Ferro já falavam da importância da participação dos usuários no projeto arquitetônico desde os anos 50/60.
No design de produto também existe um movimento similar que também utiliza o termo design participativo: Victor Papanek, Ezio Manzini, Liz Sanders e Rita Couto, brasileira da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, são pessoas que enfatizaram a importância da participação dos usuários na criação de produtos ou serviços colocando como benefício principal de que esses serviços produtos seriam mais adequados às suas necessidades.
Agora o foco da minha apresentação é o design participativo na computação: Pelle Ehn, Susanne Bodker, Michael Muller, Thomas Binder e Cecília Matanauskas, que embora não utilize diretamente esse termo eu colocaria digamos dentro desse movimento de design participativo que é um movimento de caráter inspirado muito numa premissa ética e não uma premissa funcional ou uma premissa política como era nos outros movimentos que diz respeito a tentar incluir mais pessoas no projeto porque essas pessoas como o processo participação aprendam algo sobre computação e possam utilizar essa computação nas suas dinâmicas nas suas atividades.
Então pioneiro nessa área que eu destaco eu o com uma pessoa que eu tive a oportunidade de trabalhar lá na Holanda dando um curso em parceria com Universidade de Twente. Foi também membro da minha banca de doutorado. Ele teve a oportunidade de começar esse movimento em 1980 quando os sindicatos procuraram os centros de pesquisa em computação. Isso aconteceu em vários lugares da Escandinávia para ajudar no processo de negociação frente aos patrões por mudanças no sistema de trabalho mudanças nas tecnologias existe uma lei que os sindicatos conquistaram de que eles tinham que ser envolvidos em qualquer mudança tecnológica nas empresas em que os operários trabalhavam e a partir disso começa uma abordagem de projeto que tenta ajudar esses trabalhadores a terem uma capacidade maior de autodeterminar a maneira como eles vão trabalhar
Um dos tópicos principais do design participativo quando ainda utilizava esse nome é a relação entre computadores e democracia. Levantou-se que os computadores eles eram fundamentais para uma sociedade mais democrática já que o computador é uma ferramenta que seria utilizada em várias áreas de trabalho. E ele iria reunir informações e distribuir trabalho. Ele deveria ser gerido e projetado democraticamente. Então começa um movimento Computers for Democracy. Funda se uma sociedade chamada Computer Professionals for Social Responsibility. Não lembro exatamente o título que depois vai organizar uma conferência design participativo e os três pontos principais que eles levantam esse movimento é que os computadores fornecem restringe ou também escondem a informação. Computadores podem ser utilizados para organizar. Por outro lado pode se usados para vigiar as pessoas controlar e manipular. Eles podem por outro lado ser projetados para promover a apropriação social por coletivos democráticos que estão conscientes desse papel.
Essa faca de dois gumes que são os computadores as primeiras pesquisas em design participativo começam a discutir o processo que a qualidade do processo de projeto deveria ser democrático então começa a se distinguir entre um processo democrático ideal que você tem uma e uma fase de deliberação que nós vamos fazer o que nós vamos construir tem uma fase de decisão de todo mundo. Participação pode manifestar e essa decisão impacta na escolha coletiva de uma fase de co-criação que não se decide mas se constrói opções em que se modela colaborativamente colocando a mão na massa e por fim tem um mutirão onde as pessoas vão lá e implementam o que elas decidiram o que elas deliberaram juntas fazer. Porém na prática esse processo raramente acontece de maneira fluida.
Existem divergências em vários momentos e às vezes atores externos condições que modificam o trabalho de design participativo que impedem que esse processo seja fluido. Isso é natural e é esperado de qualquer processo participativo. que As pessoas enfrentem conflitos e problemas que vão desagregar os coletivos então isso é a realidade. Isso pesquisa em design participativo sempre tenta enfatizar essa realidade para de maneira bem pragmática tentar aprender com elas e um próximo projeto lidar melhor com essas essas divergências dificuldades
Existem também algumas algumas desculpas digamos assim muito comuns para não se fazer design participativo, que são frequentemente identificadas na literatura. São argumentos e justificativas que parecem muito racionais do tipo mas temos que fazer assim. Infelizmente não há dinheiro para justificar para pagar a participação. Não há tempo não dá. Não há outra maneira.
O projeto participativo ele não só propõe uma maneira de fazer democraticamente como também constrói uma crítica aos processos antidemocráticos e os mais perigosos que são aqueles que se dizem democráticos e não são é o que eu chamo de pseudo-participação.
Eu identifico aqui três principais estilos de pseudo participação. Vale a pena ficar atentos para ver se vocês um dia não sao envolvidos incluídos em processos desses para fazer a crítica. Estou mergulhado no Brasil agora está na moda. Tokenismo porque o que significa isso. Você envolve uma pessoa de cada tipo de público ou de cada cor de pele ou de cada etnia. E aí coloca todas essas pessoas numa mesa. Parece que elas estão participando. Elas têm oportunidade de falar. No final quem toma a decisão é uma outra pessoa. E depois esse processo é aquele processo participativo não tem efeito real na tomada de decisão não impacta não muda não transforma. Então isso se chama tokenismo muito forte hoje na nossa pseudo democracia que está se formando no Brasil.
Outra também está muito na moda está voltando aí ou talvez nunca foi embora: Demagogia é o que significa uma pessoa faz um discurso defende o bem comum mas na verdade ela está apenas interessada em defender seus próprios interesses ou interesses de um grupo menor e utiliza pra isso pra convencer dos outros artimanhas de retórica política.
E por fim o que está crescendo cada vez maior que é o que quer redefinir o significado de democracia como a ditadura da maioria. Não é isso o significado da democracia. Ditadura da maioria é uma redução da democracia para um processo de decisão numérico que não é democracia. Democracia é um processo de entendimento mútuo de compreensão de deliberação e não simplesmente de você vai ter que aceitar porque você não participou porque você foi vencido um voto. Isso não é democracia. Agora tomem cuidado se forem envolvidos em processos desse
Até aqui eu estava falando então sobre as questões mais práticas. Não Estava teorizando muito a crise da democracia. Não vou ter tempo pra fazer isso mas só cito quatro grandes pontos que teorizam essa crise da democracia. O fim das grandes narrativas do Jean François Lyotard. Ele fala que as pessoas hoje no final do século 20 deixaram de acreditar que era possível uma sociedade melhor, utópica, a União Soviética entra em colapso. As pessoas não acreditam mais por exemplo no socialismo como uma alternativa democrática ou uma alternativa para uma sociedade melhor. Então ninguém mais acredita em nada.
A acumulação excessiva de capital financeiro em especial pelos %1 da população detendo a maior parte da riqueza da sociedade isso diminui cria riscos de que afeta a democracia porque as pessoas não têm mais dinheiro não conseguem mais ter acesso à informação votam nos demagogos esses demagogos eventualmente podem se tornar governantes totalitários. Neoliberalismo que desconstrói, que acaba com a ideia de Estado que cria privatizações as pessoas ficam sem ter um órgão que tem a função de oferecer informação neutra digamos assim da população e o crescimento do antagonismo.
Há uma análise interessante da Chantal Mouffe que eu vou adentrar aqui. Segundo Chantal Mouffe o antagonismo está crescendo porque existe um vácuo deixado na política pela falta de identificação com os representantes. Então as pessoas dizem "o povo unido não precisa de partido" muita gente dizendo que "se todos os políticos são corruptos então vamos acabar com a política e fechar a política" como na computação existe uma utopia de que a gente pode implementar um sistema de governo totalmente digital. Todo mundo pode votar o que quer fazer o que você precisa mais ter representantes. Você governa pela ditadura da maioria digital. Quem consegue acessar os sistemas isso descobrir entender as opções não vota. Você tem um sistema mais que uma máquina no lugar do Estado uma máquina que é gerida pela pelo crawdy. Tem inclusive Partido Pirata que defende essa cabeça essa no Brasil em outros lugares do mundo mas continua na análise da Chantal Mouffe ela diz que esse déficit de identificação se deve não se deve à falta para a prática de consensualizar de centro que dilui o embate político em troca de acordos pela governabilidade.
Aqui está uma imagem muito curiosa a ideia da comemoração do décimo quinto ano de atualização da parceria PMDB-PT que hoje em dia já não existe mais tão forte mas parece estar voltando de novo. Curiosamente depois do golpe, então essa mistura entre partidos de esquerda e direita pra governar para fazer a coisa governar faz as pessoas acreditarem mais que existe realmente uma esquerda uma direita. é o que acontece?
As próprias pessoas começam a encarnar o debate político há um antagonismo a divergência de ideias que deveria ser executada e que antes era executada pelos políticos hoje é feita pelas próprias pessoas que todo mundo vira político. Todo mundo vira juiz todo mundo vira militar nas redes sociais. Todos os três poderes estão em uma pessoa só. E as pessoas criam embates políticos intermináveis que geram uma audiência magnífica para as redes sociais que promovem também a geração de capitais financeiros capitais intangíveis como a atenção que as pessoas dedicam a essas polêmicas informações veiculadas nas redes sociais.
Na computação se busca alternativas para isso esse é um problema conhecido e na computação enfatiza se muito as redes distribuídas não centralizadas como uma alternativa para evitar esse tipo de problema de algoritmos que manipulam a sociedade. A diáspora talvez seja a rede social alternativa que mais se desenvolveu até agora só que apesar de ser código aberto e ser distribuído tem um sistema federado e não ter resolvido esse problema do antagonismo porque há um projeto basicamente de interface o mesmo do Facebook que não tem muita diferença e a maneira como foi apresentado também foi parecido com o Facebook. Um grupo de especialistas que projeta para uma maioria muito grande sem ter uma interação sem ter uma participação no projeto sem ter um processo de entender o que quer que aquela tecnologia e como ela impacta no dia a dia dos seus próprios usuários. E esse debate deveria ser conduzido pelos próprios usuários.
Então eu acompanho o projeto que vem aí há alguns anos já do grupo ligado ao movimento de cultura digital no Brasil desenvolver várias ferramentas de participação social digital é uma delas que eu acho bem interessante é o Pólis que tenta evitar essa polarização do antagonismo através de uma visualização de grupos de interesse de pessoas que têm opiniões similares mas sem forçar que elas mudem de opinião ou que elas anulem uma opinião pela outra. Então você tem um mapa com opiniões similares pelas pessoas pela construído a partir do input do concordar ou não concordar com algumas moções. Um sistema de debate aberto com visualização digital.
Isso aí é o que a Chantal Mouffe tem chamado de agonismo que é um sistema um espaço que permite que pessoas com opiniões completamente diferentes se encontram e debatam e aceitem o fato de que elas não concordam. No entanto elas conseguem fazer coisas juntas mas não posso deixar de concordar. Eu não posso deixar de discordar e gerar um consenso para que a democracia continue, pelo contrário elas gostam de debater com quem tem uma opinião contrária porque a partir desse debate surgem novas ideias, isso é o agonismo
Uma das maneiras que o design participativo implementa o agonismo é através de objetos compartilhados: Então na fala a gente ses identifica muito que a gente fala. Eu sou o que eu digo. Então se você critica o que eu falei eu posso ficar chateado porque eu me confundo com o que eu digo. Porém se a gente cria um objeto eu coloco o objeto no mundo e falo olha esse objeto aqui é minha ideia. Daqui a pouco me deixa. Eu já pensei outra coisa mas o objeto continua lá é aquele objeto muda outra pessoa vai lá e coloca em cima já não é mais uma ideia compartilhada que a gente está construindo. Então esses objetos mediadores que a gente utiliza objetos compartilhados são fundamentais para criar uma modo de interação humana. Modos de deliberação agonista em que as pessoas elas não concordam mas elas vão construindo alguma coisa.
Softwares podem representar objetos compartilhados, Porém a representação desse software tem que ser expansiva e não redutiva. O que é uma expansão uma representação expansiva:? quer dizer que ela tem múltiplos modos de visualização não reduz tudo a números porque inúmeras são ferramentas extremamente flexíveis para fazer várias coisas mas muitas vezes não tem significado para as pessoas.
Então é uma representação expansiva ele pega o número e transforma esse número numa outra representação que as pessoas conseguem manipular consegue entender em diferentes modos. Aqui eu estou mostrando um sistema de planejamento de rotina de trabalho no hospital que a gente desenvolveu lá na Universidade de Twente. Você tem um espaço que uma enfermeira faz para atender o paciente. Você tem a ponto de vista da enfermeira e você tem uma visualização geral dos vários fluxos passando para diferentes partes do hospital. O resultado dessa representação expansiva é uma avaliação e uma modificação do projeto arquitetônico do hospital.
Essa mesma visualização pode ser feita também de maneira Low tech baixo tecnologia usando materiais de escritório. Eu chamo isso do jogo de tricô em que você desenha os caminhos que os pacientes estão fazendo naquele espaço. No caso desse projeto de um centro médico que tinha na universidade feita essa visualização gerou uma tal preocupação com segurança do paciente que o projeto acabou sendo cancelado. Então gerou uma ação coletiva dos usuários de barrar aquele projeto
No lugar desse Centro Médico da Universidade de Twente acabou construindo o Design Lab, que é um centro de inovação multidisciplinar e que várias áreas da universidade se juntou para construir projetos colaborativos. Porém logo que foi lançado ele ficava vazio. Design Lab porque a universidade não tinha tradição em projetos interdisciplinares então não adiantava ter o espaço, precisava ter a prática.
E eles chamaram por minha indicação o professor Pelle Ehn para dar um curso nesse laboratório. A gente bolou uma intervenção para gerar essa colaboração multidisciplinar disciplinar que era uma apropriação do espaço para uma uma espécie de uma rede de design colaborativo design participativo. Então a gente propôs para a organização do laboraório ficar uma noite inteira lá dentro construindo protótipos fazendo coisas divertidas tendo um tempo bacana inaugurando aquele espaço como um espaço de convivência.
A direção do Design Lab leve na época negou vetou o evento mas os estudantes fizeram assim mesmo. Eles tinham a chave tinham os métodos para entrar lá no laboratório. O evento foi chamado de Guanabana. Eles divulgaram entre os estudantes da universidade. Foi uma zona. Bastante bebida, bastante brincadeira, bastante criação, poesia, música e várias coisas bacanas aconteceram naquela noite. Porém, no dia seguinte, o estudante que tinha a chave pois era o monitor do laboratório, foi punido com duas semanas de suspensão.
A gente conversou, a gente apresentou resultados tentou mudar a visão da universidade e hoje quase três anos depois desse incidente o design leve tem uma makers night oficial, em que as pessoas são convidadas a ir lá no Design Lab pra construir coisas pra se divertir. A origem digamos desse evento está obviamente no Guanabana, que foi um evento subversivo que aconteceu lá.
Explicando isso tudo de maneira teórica. Aqui você tem uma representação expansiva tensões estão na sociedade se acumulando que vêm à tona as pessoas têm que agir. Isso não é algo ruim é uma força de mudança. Era necessário que o Design Lab mudasse, porque não poderia ficar toda aquela infra estrutura sendo gasta sem utilização adequada. O Design Lab se propõe a inclusão de pessoas diversas no projeto.
Para que essas contradições apareçam, é preciso o corpo unificado das pessoas. Você tem uma maneira de falar de agir de conscientizar se é que elas existem e essas mudanças elas acontecem quando as pessoas se envolvem de corpo e alma, quando elas estão lá de corpo inteiro participando do processo do projeto.
Eu utilizo bastante o Teatro do Oprimido com o método pra compor e ficar com tradições. Aqui nós vemos um estudante de design digital expressando a contradição de gostar de jogar jogos de video game mas tem que fazer os trabalhos da faculdade que no caso, está do lado esquerdo, representado pelo rapaz com um chapéu de bobo no lado direito. Do lado direito, você tem a pressão do mercado de trabalho pro estudante estudar para ganhar dinheiro. Por trás, temos um rapaz com a venda nos olhos que representa o sono. Então esse é o momento do estudante de Design Digital mostrar o cotidiano dele e os desafios que tem esse cotidiano com o corpo todo. Depois a gente fez uma série de dinâmicas para ensaiar como quebrar os padrões de interação que geram esse tipo de comportamento.
Se quer transformar contradição em si tem que quebrar padrões traçando não somente seguir eles que estão nas guidelines eles porque são as melhores maneiras de se fazer a experiência do usuário. O Orkut começou o Orkut a rede social que existia antigamente antes do Facebook. Perguntava se qual era sua orientação sexual. Hoje o Facebook pergunta sobre seu gênero permite que você customizar esse gênero que você quiser dando mais opções para as pessoas superarem a contradição que existe entre orientação sexual e gênero na nossa sociedade.
Então por fim, interfaces projetadas com a participação de pessoas diversas na minha visão muda a esperança de uma sociedade melhor. No caso aqui está o que eu considerei como a minha obra prima de Projeto Interação que é a Plataforma Corais e várias coisas bacanas que ela oferece. Uma delas é um sistema de banco social que impede a acumulação de capital até um certo limite. Ou seja, ninguém pode ser muito mais rico do que as outras nem muito pobre. É uma visão utópica de que a sociedade poderia ser assim.
Então recomendo alguns livros de design participativo. O caso está aí um livro brasileiro editado pela professora Baranauskas músicas que já mencionei anteriormente com o Codesign de Redes digitais; Making Futures que é o último livro editado pelo Pell Ehn; e o Convivial Toolbox que é um livro bem prático sobre design participativo.
Então, por fim, situações e projetos quem faz sentido é participativo. O design não foi ainda finalizado. O motivo do design no projeto tem que ser público, ou seja, tem que ser algo de interesse de várias pessoas. Os poderosos querem compartilhar poder. Vocês também são pessoas que projetam sistemas e têm um poder muito grande. Eventualmente vocês querem compartilhar esse poder, ou por outro lado, você pode estar do lado dos oprimidos, das pessoas que querem conquistar esse poder e querem lutar contra aqueles que não lhes dão espaço. E por fim, o sucesso do projeto depende do compromisso dessas pessoas interessadas. Não adianta ter a tecnologia sem ter o uso dela.
Exportado com Keynote Extractor.
Frederick van Amstel - Quem? / Contato - 02/02/2018
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