No campo do design, surge um tema intrigante: ficções de design ou ficções projetuais. Embora possa soar novo para muitos no Brasil, essa abordagem tem raízes profundas. Design, desde sempre, cria histórias, ficções que moldam produtos e experiências. Cenários de interação, storyboards, fluxo de tarefas, vídeo-conceito são alguns dos formatos frequentemente utilizados no Design de Interação para documentar novos produtos, explorando o imaginário como justificativa de produção. A questão é: essas ficções podem ser vistas como um novo gênero literário?
A palestra explora a ideia de que o design não é meramente funcional, mas também contém narrativas. Embora o palestrante não ofereça uma resposta definitiva, ele apresenta argumentos que sustentam a noção de que as ficções criadas pelo design podem ser comparadas a um gênero literário. A formação do palestrante, embora não seja em design, lhe proporciona um olhar diversificado sobre o assunto. Ele enfatiza que todos somos designers de alguma forma, participando da criação e concepção de objetos e experiências.
O palestrante exemplifica essa perspectiva explorando artefatos como pendrives, cujas formas variadas têm motivações que vão além da estética. Ele destaca que a forma segue o mercado, mas também pode transcender as demandas comerciais, transmitindo valores e ideias. Ele discute o design especulativo, capaz de explorar tabus e preconceitos culturais, criando conexões emocionais com o público. Com exemplos que vão desde próteses até o lançamento do iPad, ele mostra como a ficção de design pode enriquecer produtos com complexidade cultural e significado.
A ideia central é que o design vai além da funcionalidade, incorporando narrativas e conceitos culturais. Essas ficções de design não apenas moldam produtos, mas também influenciam nossas percepções e experiências, tornando-se uma parte essencial da nossa cultura contemporânea.
Palestra gravada na Semana Singura da Unibrasil 2010, DesignDay 2010 da Universidade Tuiuti do Paraná e no II DDX Faber-Ludens.
Ficções de Design: um novo gênero literário? [MP3] 61 MB - 1 hora e 7 minutos
Trecho de notícia publicada no website da Unibrasil sobre a palestra.
O co-fundador do Instituto Faber Ludens de Design Interativo, Frederick Von Amstel, ministrou a palestra Ficções do Design: Um novo gênero literário? nesta quinta-feira, 10, no segundo dia de atividades do evento. Ele falou sobre novas tendências da área, como a produção de ficções – quase sempre produtos audiovisuais – que se tornou comum nos últimos cinco anos.
Um exemplo de ficção de Design, conta Van Amstel, é o curta-metragem Radiance Resort, que mostra uma espécie de spa onde a radiação nuclear é usada como forma de tratamento de doenças. “O vídeo é a plataforma mais usada para veicular as ficções de design. Ao contrário das ficções científicas, que projetam um futuro muito distante, as ficções de design focam em algo mais próximo, neste caso o uso da energia nuclear”, explica.
E o design pode ter a mesma densidade cultural de um filme? Para Van Amstel, sim. “O Design tem a capacidade de gerar histórias, criar polêmicas, não apenas produtos. Se pensarmos em histórias, pensamos no futuro. E é daí que surgem as inovações”, afirma, citando o exemplo do Ipad, o aparelho eletrônico da Apple, como exemplo.
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