Ontem estava lendo um artigo brilhante que analisa como as bibliotecas, depois o diretório do Yahoo e finalmente o Google foram se superando na eficácia de recuperação da informação e não pude deixar de comentar.
Nas bibliotecas, os livros são classificados de acordo com normas rígidas e obsoletas, mais preocupadas com as implicações físicas do armazenamento do que com os anseios do usuário. No diretório do Yahoo, não havia esse problema, mas ainda assim os classificadores impuseram uma estrutura hierárquica pretensamente "correta". Já o Google dá o exemplo de que o lance não é impor uma classificação, mas sim dar o que o usuário quer segundo seus próprios critérios.
Recentemente, ferramentas como Flickr e Delicious popularizaram um novo modelo de classificação chamado de folcsonomia (do original folksonomy). Agora são os usuários que especificam toda a classificação e não precisam obedecer a nenhuma regra. Simplesmente classificar da forma como achar melhor.
Clay Shirky chega a conclusão de que essa é a forma que está mais de acordo com os princípios básicos da Web (compartilhar, referenciar, etc). Concordo com ele, porém, assim como Chris McEvoy (que prefere chamar o treco de Usersaurus), tenho visto o fenômeno com certa descrença. Minhas próprias tags são úteis a mim mesmo, mas dificilmente serão para outras pessoas, veja algumas que tirei do meu bookmark:
O prefixo "ex_" das duas primeiras indica que são exemplos de bons sites (especialmente no quesito design de interface), mas como você iria adivinhar se eu não dissesse? Poderia ter colocado "exemplo_turismo", mas isso daria muito trabalho ter que ficar digitando a cada vez. O sistema de tags está fazendo sucesso porque é prático para quem insere e não porque é fácil para quem vai recuperar algo dele. Nesse post em áudio explico melhor (ou não):
Classificação ao alcance de todos [MP3] 9 minutos
Na realidade, ainda é cedo para concluir algo sobre folcsonomia. Essas são minhas impressões iniciais, que provavelmente serão alteradas conforme a evolução do conceito. Prefiro ser cuidadoso do que sair por aí tageando a tudo e a todos.
[ nota ] Logo após escrever esse post, resolvi testar aqui uma aplicação similar à folcsonomia. Ao final dos posts, vocês leitores podem adicionar palavras-chaves, além das que eu já insiro quando publico. A vantagem é que no futuro, poderão encontrar o post mais facilmente. Vejamos no que dá.
Siga-me no Twitter, Facebook, LinkedIn ou Instagram.
Não resisti e joguei minhas palavras-chave também. :) Achei a idéia sensacional.
O único problema é que se houver tags (desculpe se estiver usando um termo impróprio) demais, vai ficar poluído.
Imagino que você possa apagar as tags se houver algum abuso (baixo calão, ofensas, etc)?
Quer dizer que o nome disso é folksonomy? Ótimo saber.
Por enquanto só vou moderar palavrões. Quero ver o que acontece. Esse post não serve de exemplo, pois muita gente vai adicionar palavras-chave só para testar e terei que deletá-las. Mas nos outros, fica livre por enquanto.
Acho muito boa a idéia. O problema é a negada que vai querer zuar no sistema. Precisa ter algum sempre filtrando as baboseiras e mesmo assim, da-lhe critérios para isso. Complicado.
Olá a todos! Li esta matéria de manhã e achei bem interessante. Agora a noite (19:22) achei algo parecido mas que foi desenvolvido num CD de imagens. Se trata de uma empresa de informática que faz implementações com base na aplicação da semiótica. Segue um pedaço do texto: "O SearchMan Light , por utilizar a Rede Semântica , possui exatamente a flexibilidade necessária para o cadastramento da informação baseada nos melhores critérios. Que são decididos pela equipe ao longo do trabalho. E o mais interessante é que, depois do trabalho pronto, será possível a qualquer pesquisador buscar as informações segundo seus critérios e, sem afetar o que já foi cadastrado, classificar os dados segundo os seus próprios novos critérios."
Quem quiser dar uma olhada:
http://www.semiotic.com.br/usuarios/quapa.htm
Desculpe o abuse do tamanho do post, parabens pelo site e um abraço!
Nossa! Estou empolgado com os resultados, gente! Tá dando muito certo.
Até agora só precisei apagar 4 das 28 inseridas desde que lancei o recurso. A grande maioria tem sido muito pertinente. Vejam os exemplos de palavras-chave definidas pelos usuários nos nesses 2 dias:
semiótica
http://www.usabilidoido.com.br/rituais_e_design_de_interacao.html
bloqueador
http://www.usabilidoido.com.br/morte_aos_hotsites_em_popup.html
diretor de arte
http://www.usabilidoido.com.br/os_limites_da_direcao_de_arte.html
palestra
http://www.usabilidoido.com.br/ria_o_flash_serio_para_aplicacoes_comerciais.html
Agradeço a participação, mas quem sai ganhando são vocês mesmos. Quando quiserem encontrar um post antigo, sua palavra-chave vai constar na caixa de recomendações na busca. Aliás, vocês notaram o novo recurso a la "Google Suggest" quando se começa a digitar uma palavra-chave já atribúida a um post?
Olá, Frederick,
Estou escrevendo uma matéria sobre folksonomies para o Jornal do Brasil e, ao pesquisar o que já foi dito sobre o assunto na internet.br, me deparei com o seu blog - muito interessante, por sinal. Gostaria de citar sua opinião, que considero um saudável contraponto ao hype das tags. Posso mencioná-la na matéria?
Abraço,
Julio
O artigo em áudio está ainda melhor do que o escrito.
Uma coisa curiosa é que os especialistas há um tempo diziam: "O que é importante para ter visitas/exposição na Web? Conteúdo. Conteúdo. Conteúdo". E veja que as novas idéias convidam o usuário a fornecer o conteúdo para o site, delicious, technorati não têm praticamente nenhum conteúdo próprio. Tudo muda mesmo.
Pode citar meu Blog sem problemas Julio! Não deixe de ouvir o áudio para que a mensagem não fique pela metade ;)
Temos que ter uma filosofia Wiki, acrecentar conteudo, e acreditar na bondade dos outros.
Isso é um choque para os puristas da Web. Mas é um bom começo. Temos que imaginar que para ir adiante devemos dar passos para trás algumas vezes também. O que é a evolução senão uma revisão seguida de uma correção.
Talvez os XLinks cheguem a tempo pra salvar a Web de uma anarquia deslumbrante que isso poderá causar em mãos erradas.
Fred, li o artigo e escutei o podcast! adorei.
Só uma observação no podcast:
- Os gays, lesbicas e afins ficaram chateados em também achar a palavra homossexualism. O correto é homossexualidade. Homossexualismo eram usado para definir a orientação sexual como doença.
Eu procurei o lugarzinho para inserir uma tag no artigo e não achei. Estou meio sonolenta hj...talvez seja isso.
Abraços!
Parabéns pelo artigo. Muito útil.
É Tatix, também acho que o termo mais correto é homossexualidade, porém, não é o que a maioria usa. Mesmo "pessoas com homossexualidade" preferem ser chamadas de homossexuais do que dessa forma, assim como meu amigo cego que não gosta de ser chamado de "pessoa com deficiência visual". O debate sobre a aceitação da homossexualidade é muito mais importante do que uma sutileza do termo designador.
Me diverti com uma conta haloscan hoje de manhã, com base nas tags que você tinha criado aqui.
A idéia era uma brincadeira de sinônimos e palavras relacionadas, de quantas maneiras você pode dizer alguma coisa.
Brinquei com casa aqui: http://www.haloscan.com/comments/emoutraspalavras/casa
Quem souber outras maneiras esteja à vontade para incluí-las.
Assine nosso conteúdo e receba as novidades!
Atualizado com o Movable Type.
Alguns direitos reservados por Frederick van Amstel.
Apresentação do autor | Website internacional | Política de Privacidade | Contato