Quando um site coloca banners para anunciar seções dentro dele mesmo (sem caráter promocional), está demonstrando explicitamente sua fraqueza estrutural e persuasiva. É claro que eles não são necessários, mas o diretor de marketing acredita que não faz mal a ninguém, afinal todo portal tem banner. Está redondamente enganado.
Banner é um incômodo, mesmo em portais. No caso deles, não há alternativa, ou pelo menos, eles ainda não procuraram outra. Com o popup, já acordaram para a realidade, apesar de existirem portais que distribuem bloqueadores ao mesmo tempo que vendem popups na sua homepage (não sei como podem ser tão tapados os que compram esse espaço).
Fiz mais um estudo com o portal da UFPR tentando provar que os banners poluem visualmente a página, aumentando o tempo necessário para encontrar os links. Dei com os burros n`água, mas acabei descobrindo que os banners prejudicam sim a percepção da página, mas num nível mais sutil.
Testei com 7 colegas lá do Jornalismo, totalizando uns 30 minutos de trabalho. Sei que a amostragem teria que ser maior para ser significativa, mas o resultado do teste não é crucial para meu projeto. A ordem em que fui fazendo os testes foi bem aleatória, alternei versões e links a esmo.
Links | Tempo médio para encontrar o link (em segundos) | |
---|---|---|
Com banners | Sem Banners | |
Portal da Informação | 25** | 15 |
Funpar | 5 | 8 |
Celin | 7** | 21 |
Restaurante Universitário | 13 | 19 |
Setor de Ciências Humanas |
5 | 5 |
Endereço | 14 | 26 |
* Número de desistências
Acredito que ao se deparar com uma página cheia de distrações, os usuários se concentrem mais para achar os links e por isso sejam mais rápidos. Ou quem sabe, a cegueira de banner crie "àreas em branco", o que acaba separando melhor os links na coluna da esquerda e da direita.
Essa concentração extra tem um preço: houve 4 casos de desistência na versão com banners. O usuário tinham menos paciência. Eles desistiam em média, após 40 segundos em vão.
Ao final do teste, foi perguntado aos usuários qual das duas versões eles se lembravam que foi mais fácil de encontrar os links e a sem banners foi a preferida por unanimidade: todos a escolheram, à exceção de um que não sentiu diferença. Entretanto, antes de responder, a maioria dos usuários dizia algo como: "não sei... as duas são tão iguais." Mesmo assim, escolhiam a segunda e quando perguntados o porquê, também não sabiam.
No caso da UFPR, os banners só foram colocados lá por causa da deficiência na estrutura da página. Quando foi lançado o site, não havia um banner sequer por lá. Mas, com o passar do tempo (veja no Internet Archives à partir de dezembro de 2003 em diante), eles foram sendo adicionados, provavelmente por causa da ineficiência da seção de notícias e de avisos. Caso essas seções tivessem uma redação mais direta e houvesse uma hierarquia visual entre as notícias, com certeza dariam conta do recado, como no caso da USP.
O portal da UFPR é o cúmulo dos banners em sites institucionais, mas já vi muitos sites que usavam banners para destacar seções dentro deles mesmos. Quando você for convidado a fazer um desses, já sabe: ou vai estar desenterrando algo importante de uma estrutura tosca, ou vai estar compensando a falta de persuasão das mensagens do site. Contra-ataque argumentando que o site precisa de uma revisão geral. Convide o pessoal a assistir testes como esse, ou então use frases de efeito (desde que você saiba provar):
Qualquer página fica melhor sem banners.
Siga-me no Twitter, Facebook, LinkedIn ou Instagram.
Acredito que este fato (a falta de criatividade no uso da persuasão) é decorrente deste Tsunami de amadores que invade os bastidores da produção de projetos web.
Podemos destacar o google, que não abusa de banners que são como nuvens que escondem o sol.
A persuasão vai mais além. Ela deve estar nas entrelinhas do conteúdo que o internauta lê, vê, ouve, sente.
Admirei a tua iniciativa, a de tentar provar o que pensa sobre tudo isso. Isto é muito válido, ainda mais quando se trata de protais de instituições públicas, onde há uma grande dificuldade de manter o escopo do projeto.
Um abraço,
O comentário de Tiago Aranha foi demasiadamente infeliz, ao defender a não presença de banners. É mais do que evidente, sr. Aranha, que a aparição desse tipo de Ads é necessária. É um espaço muitas vezes benéfico para o usuário a partir do momento em que o serviço(relacionado ao banner) está associado com os interesses de quem busca determinado site ou portal.
Um abraço e um alô.
Quando você, meu caro amigo San, se depara com uma placa: "Vende-se esta casa", o que você sente?
Repito que a falta de criatividade no uso da persuasão abaca por poluir o ambiente publicitário, visto que a propaganda não é um fim e nem deve ser um fim em si mesma, mas deve proporcionar uma perpetuação de um ambiente que envolve, como que por osmose, um público.
O conteúdo e publicidade devem caminhar juntos, sem que o usuário note diferença entre os tais.
Aew,
Concordo com sua estratégia de persuasão, Tiago, mas acho que publicidade deve estar bem delimitada, por uma questão ética. Como usuário, acho uma tremenda falta de respeito quando clico em algo pensando que é conteúdo e acaba caindo numa propaganda.
A questão das mensagens subliminares cabe um debate ético que eu não gostaria de me meter agora, porém, acho o assunto fascinante.
Isso é granda mentira !!! é impossivel que a poblicidade faz mal ao site !! mentirosos !!!!!
-
Acabei de retirar o banner do meu site. O problema para mim é a baixa taxa de cliques, não acho que enfeia, nem atrapalha. Só não é eficiente.
Hoje em Dia existem muitas fassilidades para fazer Sites etc...
uma delas são os IF (invision Free) e um Forum que vc pode fazer de grassa e sem complicaçao, porem ele vem com os banners do google ja estalados e é emposivel retirar-los pela conf da forum ou site, MAIS JA EXISTE UM CODIGO ILEGAL PARA RETIRAR ESTES "BANNERS COMERCIAIS" se vcs quiserem eu posso Colocar aki este Codigo e se a Direçao deste Forum permitir.
Caro Fred, inicio com Parabéns pelo excelente trabalho que vc tem feito na área de IHC.
Sobre o tema “Banners não são amigáveis” acho que posso contribuir com um ponto de vista diferenciado – banner comercial x informacional. Sou consultora no Ministério da Educação onde dentre outras atividades gerencio o conteúdo do portal de uma das secretarias. O sistema permite a inclusão de banners de duas formas: um lateral/vertical que aparece apenas na primeira página do portal e um inferior/horizontal que pode aparecer em qualquer uma das muitas páginas deste portal. É possível incluir quantos quiser garantindo assim a publicidade de diversos programas/ações/polítcas. O ponto que quero chegar é que, no meu entendimento, este tipo de banner auxilia o usuário (que já “conseguiu” chegar no portal desta secretaria) a identificar um assunto atual – mas que pelos meios tradicionais pode estar “escondido” em algum item de menu. Por que eu falo escondido. As secretarias de um ministério possuem muitas atribuições, serviços, políticas, ações, programas (e assim um grande público com perfis diferenciados). A escolha pela utilização de uma arquitetura de informação que oferece informações por assunto ao invés da estrutura organizacional é sem dúvida a melhor solução, mas posso dizer que é complicado atender todo tipo de usuário e suas intenções. Voltando ao banner, é ele quem ajuda a garantir o acesso - e de forma mais rápida – aos assuntos em voga, em tempos de abertura de editais, inscrições, e outras atividades similares. Vou utilizar alguns números que talvez signifiquem alguma coisa. Banners inferiores (os q mais aparecem): Concurso para Professor Universitário (com 1.013.746 impressões efetivadas e 29.032 cliques), Prouni (1.908.893 impressões efetivadas e 38.735 cliques) PET (678.363 impressões efetivadas e 5.427 cliques). Banners laterais (aparecem apenas nas páginas principais dos portais, dividindo espaço com menus, notícias, destaques, outros): Prouni (297.083 impressões efetivadas e 11.708 cliques). O tempo de permanência destes banner é de aproximadamente 1 ano (talvez menos) com aparições eventuais – randômicas, pois dividem espaço com outros banners. Existe ainda banners que possuem números inferiores de taxa de impressão e cliques, lógico que são aqueles de menor importância para o grande público que busca informações nas páginas do MEC. Mas para comparar e se ter uma idéia de como o usuário chega às informações, faço uma relação entre o número de visitantes de uma página específica e o número de vezes que o banner referente foi clicado. Pego um programa não tão conhecido: Prolind -Programa de educação superior para indígenas. Até hoje consta que a página foi acessada 17.544 vezes. O número de cliques nos banners (lateral e inferior) foi 5.293 (1.845+3.448) indicando assim que 30% dos acessos foram feitos por causa do banner. (587.582 impressões efetivadas no banner lateral e 731.421 impressões efetivadas no banner inferior). Outra justificativa da importância do banner é ratificada por demandas internas de publicação de informação na página principal do portal, como por ex o programa FIES. Mesmo tendo propagandas governamentais específicas e um endereço próprio é solicitado uma informação de destaque no portal para facilitar o acesso de usuários que utilizam o site do MEC como porta de entrada. Daí vc diz: pq não incluir este assunto na raiz do menu. Eu respondo: por que eu teria que fazer isso com mais de 17 programas e mais outros sistemas de grande acesso por insituições, sem comprometer ainda outras informações relevantes. Em resumo acredito que o banner institucional possa ser encarado de outra forma (Qualquer página fica melhor sem banners) em sites/portais que precisam oferecer uma grande quantidade de informações. Talvez mereça até uma avaliação com usuários para comprovar estas teorias que proponho, e que tem por base logs com alguns poucos dados de acesso. Lanço o desafio, pq não?
Irla, obrigado pela sua excelente contribuição. Em grandes portais é muito difícil obter uma taxonomia perfeita, que permita uma ampla gama de pessoas diferentes encontrarem informações diferentes. Mesmo fazendo um estudo baseado em pesquisas com usuários, quando se termina, a taxonomia pode estar obsoleta...
A solução é não depender apenas da taxonomia para a navegação. Banner destacando conteúdo é uma estratégia válida, especialmente quando não se pode mexer radicalmente na taxonomia, mas ainda assim é uma estratégia pobre.
Existem outros formatos de destaque de conteúdo mais contextualizados e menos instrusivos que o banner. Páginas intermediárias com manchetes efêmeras, links relacionados (veja também) e hiperlinks no corpo do texto podem ajudar as pessoas a encontrarem conteúdos que elas não esperavam. Este blog é prova de que isso funciona.
Taxa de clique em banner não é uma medida razoável para medir sua relevância como instrumento de navegação. A taxa de clique só mede a capacidade do banner de convencer a pessoa a clicar nela. O que ela fez antes e depois do clique é muito mais relevante do ponto de vista da análise navegacional.
Caberia estender sua análise com os caminhos das urls que os usuários passaram e o tempo de permanência em cada página.
Levarei em conta suas dicas. Tentarei tbm levar às pessoas que decidem. Alguns cometários, em tempo:
·conteúdo contextualizado: (é feito na medida do possível. Acredito que um jornalista deveria tomar conta desta atividade, principalmente porque a quantidade e variedade de assuntos é tão grande que apavora. Entendo que a solução possa tbm estar vinculada ao hiperlink no corpo do texto)
·páginas intermediárias com manchetes efêmeras: (páginas passageiras ou de curta duração, não sei se entendi como isso poderia ser aplicado dentro da estrutura existente. Se vc tiver uma sugestão...)
·links relacionados: ao final do texto já são incluídos alguns links que fornecem ao usuário mais informações sobre assuntos similares. Esta solução é necessária visto a grande quantidade de informação e vínculos que um item de menu pode oferecer.
·hiperlinks no corpo do texto: Também já é feito. Pena que ainda não consegui encontrar uma forma de aplicar css sem afetar e bagunçar a estrutura de menus, a qual não tenho acesso. O administrador de conteúdo foi desenvolvido a partir do mambo e parece q não restou muita gente do desenvolvimento.
>> Taxa de clique em banner não é uma medida razoável para medir sua relevância como instrumento de navegação.
---Sem dúvida. Mas até encontrar um meio mais efetivo que este (e aceito sugestões) continuarei a utilizá-los após o período eleitoral (Por enqt congelamos tudo para não termos problemas com o TSE).
>>taxa de clique só mede a capacidade do banner de convencer a pessoa a clicar nela.... O que ela fez antes e depois do clique é muito mais relevante do ponto de vista da análise navegacional.
---Não apostaria somente na tese de convencimento uma vez que o contexto de utilização destes banners, que chamo de institucional, pode sugerir também uma forma de “escape” em direção a informação pretendida. Sem dúvida um bom objeto de estudo.
>>Caberia estender sua análise com os caminhos das urls que os usuários passaram e o tempo de permanência em cada página.
---Prometo tentar encontrar tempo e paciência para estudar isso mais a fundo.
Manterei um olho no seu trabalho. Continue com a dinâmica.
Abraços!
Sobre essa discussão, li um artigo muito interessante do Donald Norman argumentando em favor da taskonomy, ou seja, a oferta de ferramentas que sejam úteis para cada tarefa que o usuário realiza:
http://www.jnd.org/dn.mss/logic_versus_usage_t.html
Em grandes portais é difícil prever todas as tarefas possíveis, mas se forem feitos estudos com alguns usuários sobre as tarefas que ele já estão realizando, é possível melhorar muito.
As páginas intermediárias a que me refiro são as seções e subseções. Usei essa abordagem como alternativa aos banners no resultado final da pesquisa sobre banners. Os destaques de cada seção mudam de acordo com a época:
http://www.usabilidoido.com.br/ufpr/
Agradeço a discussão de alto nível!
Olá Icer! Vi quando mencionou sobre o código que existe para retirar "BANNERS COMERCIAIS". Bom, tenho um blog e estou passando por este problema, chegando às vezes a abrir três janelas com
propagandas. Goataria que, se possível, divulgasse o código. Se não puder por aqui, via e-mail: andressa_prd@hotmail.com
Obrigada!!
beijos
se não tivesse banner nesse espaço, não teria esse espaço para você postar. é chatover filme em TV aberta comcomerciais, mas é melhor que ter que pagar obrigatóriamente tv por assinatura, dvd ou ir ao cinema.
Foi um estudo sem base, principalmente num país capitalista.
Banners são necessários, e portais sem ética no seu uso , perdem também sua credibilidade e não sobrevivem no mercado.
Sinceramente, eu acho o seguinte. Em sites, blogs e e mails gratuitos tem que tem banners, pois ja que eh de graça, pelo menos tem que ter alguma limitaçao em relaçao ao pago. Ou seja, cavalo dado nao se olha os dentes. Nao existe nada de graça nesse mundo. Para a pessoa usar aquele serviço DI GRATIS a pessoa paga em sofrimento e irritaçao com os malditos banners. EH o preço.
Ja nos emails pagos as pessoas tem merecidamente as vanatgens de se livrar dos banners ja que esta pagando por isso. Eh justo.
As pessoas que pagam para usar, deveriam ter o direito de ter seus e.mails sem banners que nao tem nada a ver com seus projetos. Ou pelo menos, ja que esta pagando, que tenham a liberdade de escolher quais banners desejam ter associados a sua pessoa ou projeto. Pois a imagem dos banners passa a imagem do idealizador dos projetos. Se os banners forem de mal gosto, indecentes, tratando de temas que nao tem nada que ver com o assunto proposto, a imagem de todo um negocio, pesquisa, fica contaminada e associada com a imagem do marketing associado. E os creditos intelectuais vao acabar ficando com os propagandistas que nao tem nada a ver com os projetos e trabalhos intelectuais apresentados.
Pelo menos nos e.mails, sites, blogs, orkut, sei la mais que for DI GRATIS deveria ter a penitencia dos irritantes banners para a pessoa se animar em assinar a versao beta ou paga/premium e começar a ver que as coisas gratis geralmente tendem a ser ruins, limitadas ou fajutas.
Se quiserem mesmo assim, precisam ter consciencia disso, que as coisas gratuitas sao restos, coisas limitadas, bem inferiores. Se a pessoa mesmo assim quiser ter sua imagem relacionada a isso, dai eh por conta e risco da pessoa.
O castigo pela gratuidade tem que ser a qualidade pessima, a diagramaçao horrivel, como castigo sim.
Ja a pessoa que esta pagando deveria receber privilegios especiais como o direito de escolha pelo menos da propaganda que quer ter associada a sua imagem.
Porque ja que a pessoa esta pagando, deseja escolher um serviço de melhor qualidade e ter boas marcas associadas a sua pessoa de lugares desenvolvidos.
Os Trials/Beta/gratuitos da vida tem que ter a limitaçao mesmo, para irritar realmente e a pessoa ter vontade de querer pagar e entender definitivamente que gratuidade e esmolas sempre tem segundas intençoes por tras. Pelo menos na maioria das vezes.
Ou seja, o castigo por tudo DI GRATIS sao os banners e pop ups ate a pessoa deixar de ser miseravel e colocar a mao no bolso para fazer uma assinatura decente sem os malditos banners.
Eh assim que se destroi uma mentalidade de pobre, miseravel e se transforma numa mentalidade prospera e evoluida.
Voltando a dizer... A iniciativa publica nao esta relacionada a pobreza, tampouco a iniciativa privada a riqueza. Isso foi criado na decada de 70/80... Mas, deixemos isso para la.
A iniciativa publica, como escolas e faculdades nao sao DI GRATIS. As pessoas pagam os lanches das cantinas, taxas de biblioteca, enfim, essa coisa de dizer que escola publica eh de pobre, eh grande equivoco. Escolas publicas sao antes de tudo institucionais, ou seja, visando a formaçao de seres pensantes para areas de pesquisa.
Ja os colegios/universidades da iniciativa privada sempre visou a formaçao de pessoas para o comercio.
Quem quer entrar no comercio, faça faculdade particular e aceitem as bolsas integrais DI GRATIS auxilio. Mas, vai ter que ficar sempre preso ao comercio.
Ja quem eh da iniciativa publica tem mais liberdade de escolha, com certeza absoluta. Pode escolher o ramo do comercio e enriquecimento ou da pesquisa e busca da satisfaçao pessoal e intelectual.
Assine nosso conteúdo e receba as novidades!
Atualizado com o Movable Type.
Alguns direitos reservados por Frederick van Amstel.
Apresentação do autor | Website internacional | Política de Privacidade | Contato