Este ensaio busca, através da aproximação do perspectivismo ameríndio e o campo transdisciplinar de Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), contextualizar a pandemia do COVID-19 no Brasil sob um viés de responsabilidade. Para tal reflexão, o presente trabalho utiliza como base o termo metodológico inversão infraestrutural, que aponta para um processo de visibilização do trabalho invisível. Em seguida, esses termos são confrontados pelo método de equivocação controlada com os conceitos de Omama, Urihi-a, Hutukara e Xawara, que fazem parte do xamanismo Yanomami. O resultado dessa equivocação é utilizado para reconstruir a narrativa da pandemia a partir da revelação de relações ecológicas e históricas que se encontravam até então invisibilizadas. Destaca-se o papel da fumaça digital em ocultar essas relações recém reveladas. Propõe-se, a partir desta experiência, caminhos futuros para um método de equivocação infraestrutural em CTS que revele diferenças entre cosmovisões e projetos existenciais implicados e ameaçados por sistemas sociotécnicos.
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